Aproveitamos o feriadão de Junho 2012 e saímos em busca do interior das Minas Gerais, da Serra do Espinhaço e de seus recônditos lugarejos cheios de muita mineiridade.
Deslocamo-nos até a cidade de Gouveia, que nos esperava com delicioso almoço, mineirinho, claro !
Estávamos dispostos a conhecer toda a região ao sul de Diamantina, descobrir caminhos, percorrer trilhas, cachoeiras, ter contato com o povo do interior através de agradável e enriquecedora convivência.
Seguimos para o vilarejo de Cuiabá, encrustado no meio do Espinhaço, a mil metros de altitude. Menos de 80 habitantes. Nem precisa procurar no mapa que não tem !
Simplicidade pura, quase ingênua.
Assim foi que nos hospedamos na antiga casa da família de D. Margarida, mãe de Sandra e de mais 11 filhos já criados, tipicamente roça, há 1,5 km do vilarejo, literalmente no meio do mato. Com ela, agora, só alguns netos e poucos filhos que aparecem nos finais de semana.
Ao redor, horta, pomar, animais no terreiro, galinheiro cheio, cheiro de mato e o murmurar da bica que escorre dia e noite sua água pura e fria direto da montanha. Haja saúde !
Por dentro, casa branca com janelas azuis de teto baixo, fogão de lenha na cozinha enorme, queijo fresco, quitandas mil, frango com ora-pro-nobis e angú com fubá de moinho dágua, acolhida mineira e o delicioso ¨kobu¨, iguaria preparada com fubá, pedaços de queijo, leite azedo, açúcar, cravo, canela e assado envolto na palha de bananeira, como no tempo dos escravos. Era levado pra roça pra mode merendá.
A região de Cuiabá, apesar da sua localização no Espinhaço, tem solo fértil e abastece de verduras, frutas, doces regionais e artesanato, as cidades de Gouveia, Diamantina e arredores.
Aos sábados, como de costume, todos se dirigem à feirinha de Gouveia onde são encontrados produtos da roça. Tem de tudo e mais alguma coisa que as comunidades do entorno produzem. Pratica-se ainda o escambo.
Durante a estadia, percorremos as estradinhas de toda região que compreende os vilarejos de Barão de Guaicuí, Chapadinha, Barraca, Bucaina, Caxambu e outros lugares, além da Trilha da Maria Fumaça.
Há muita história por onde passamos, principalmente pelo trajeto da ¨Maria Fumaça¨ locomotiva a carvão que percorria a Estrada de Ferro Centro Oeste e depois, Vitória Minas, desativada em 1972.
No centro de Cuiabá, além da igrejinha de Nossa Senhora da Conceição de um lado e a ¨árvore da amizade¨ de outro, fica o imperdível bar do Antônio. Tonho, como é chamado o ancião da família Dória, a mais antiga do lugar, tem excelente papo regado a pinga de primeira encostado no balcão.
O final da viagem foi na deliciosa Diamantina, em camping, claro, com direito a linda e fria noite junina com barraquinha de Santo Antônio e show musical do cantor e compositor Saldanha Rolim.
Tá ruim, sô ???
Inté a próxima. Você está convidado !!!