Aproveitamos o feriado da Semana Santa, em Abril e viajamos um bonito trecho da Estrada Real, pelo Circuito dos Diamantes. Iniciamos a viagem por Ouro Preto após percorrer suas relíquias. A seguir, seguimos para Mariana, delicioso refresco depois de um almoço tipicamente mineiro e descanso na praça Gomes Freire. Sombra e repouso abençoado.
Depois, rumo norte pela Estrada Real.
Percorrendo seus mistérios por estradinhas bucólicas, passamos pelas comunidades de Camargos, Bento Rodrigues, Morro da Água Quente, beiramos o Rio Piracicaba em Santa Rita Durão e chegamos até Catas Altas.Visitamos as famosas ruínas do histórico ¨Bicame¨, aqueduto de pedra, construído pelos escravos por volta de 1792, que levava água para abastecer Catas Altas.
Histórico:
¨Em 1703, o paulista Manoel Dias, depois de transpor uma densa mata, descobriu minas de ouro em morros altíssimos, as “catas altas”. Como os Bandeirantes carregavam uma ordem da corte portuguesa de, imediatamente após a descoberta de riquezas minerais, construírem povoados e erguerem igrejas, foi logo o arraial fundado por eles dedicado a Nossa Senhora da Conceição das Catas Altas do Mato Dentro. Então, no mesmo ano, se deu a fundação do povoado que ganhou o nome de Catas Altas do Mato Dentro.
Em 1712, devido à mineração do ouro, começava a delinear-se ali um aglomerado urbano. No mesmo ano, o clero local e os mineradores começaram as gestões para a construção de uma matriz, “que correspondesse à riqueza do ouro produzido e à dignidade de uma freguesia da Igreja Católica”. Em 1718, o povoado, por medida da administração colonial, é, de fato, elevado a freguesia e, seis anos mais tarde, ganha seu primeiro vigário “colado” – Pe. Domingos Luiz da Silva.
Monumentos Arquitetônicos – um monumento barroco, dedicado a Nossa Senhora da Conceição, teve sua construção iniciada em 1729 e só foi concluída em 1829. Os 99 anos de decorreram durante sua construção foram conturbados. Inúmeros desentendimentos aconteceram entre artistas, artífices e as irmandades locais. A matriz de Nossa Senhora da Conceição localiza-se no epicentro de Catas Altas. Construída em madeira e taipa, é um dos mais importantes templos de Minas Gerais. Seu altar-mor foi talhado em estilo D. João V, e os altares laterais são da primeira metade do século XVIII.
Outros templos também se destacam pela importância histórico-arquitetônica. A Igreja de Nossa Senhora do Rosário data de fins do século XVIII e início do século XIX – está inscrita em sua fachada a data de 1862. Localizada no alto de uma colina a linda Capela de Nossa Senhora do Carmo ou de Santa Quitéria foi construída no século XVIII. Também datada do final do século XVIII, a Capela do Senhor do Bonfim e construída em Madeira e pau-a-pique e possui uma belíssima fachada. Fazem parque deste acervo ainda: o Chafariz da Praça da Matriz e o Aqueduto de Pedra, construído para abastecer Catas Altas – são 100 metros de monumento que tem no centro um portal onde ainda se vê a data de sua construção: 1792. Outra Grande “Obra”, pertencente a Catas Altas é o Santuário do Caraça.
O naturalista Auguste Saint-Hilare, que já em 1816, vislumbrou as monumentais reservas de minério de ferro, disse: “foram edificados com muito mais esmero do que a maioria das que se veem na França e mesmo na Alemanha” – referindo-se aos solares, sobrados e casas de Catas Altas.¨
Depois de pernoitar no Parque Ambiental de Morro da Água Quente, voltamos rumo sul em direção a Ponte Nova e Viçosa para alcançar a cidade de Araponga, base para se conhecer o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, tendo o famoso Pico do Boné como sua principal atração.
Infelizmente, o tempo fechado e chuvoso privou-nos da subida ao pico, caminhada de umas 3 horas. Bom motivo pra voltarmos na região !Desta vez a hospedagem foi no camping do Vale das Luas, na comunidade do Estorvo, no início da trilha de subida ao Pico do Boné. Comida boa a do camping: truta com alcaparras e purê de batatas…
Até a próxima !