Depois de passar um maravilhoso fim de semana em Hotel Fazenda com “tudo incluído” no DF, seguimos para a porta de entrada do “deserto” do Jalapão: Ponte Alta do Tocantins. No meio do caminho, tivemos um problema com um dos veículos do comboio. Graças a Deus, estávamos em Natividade e o problema foi resolvido acionando o seguro, pois o GM-Traker não tinha mais condição de prosseguir viagem: estourou a mangueira do radiador, assim como o alternador parou de funcionar. Prosseguimos a aventura e os companheiros Anderson e Adriana, do “Oncovô” danificado, compartilharam os lugares tão desejados na caminhonete Frontier do nosso querido Paulo Guilherme, que viajava sozinho. Sorte e alegria de todos. Seguimos viagem.
Em Ponte Alta, visitamos as atrações do entorno com direito a deliciosos banhos de cachoeira e por-do-sol “nublado” na Pedra Furada, morada de milhares de maritacas que se ajeitavam nos ninhos construídos nos paredões. Dia seguinte, pé na estrada em direção ao coração do Jalapão: o vilarejo de Mateiros. No caminho, mais atrações e cachoeiras Sussuapara, Lajeado, da Velha, etc… com direito a almoço de tapioca recheada quentinha às margens do Rio Novo.De Mateiros, visitamos os fervedouros, nascentes – ressurgências de água cristalina onde curiosamente não se consegue afundar, o povoado de Mumbuca, com direito a compras de peças de decoração e objetos de adorno, artesanato em capim dourado, famosa e delicada especialidade da região.
O acolhimento do povo simples, com sua simpatia e naturalidade, aliado a muito caju nativo no cerrado e colhido pelas estradas e quintais, deliciavam os aventureiros. A cachoeira da Formiga com suas aguas azuis cristalinas foi o ponto alto num quente fim de tarde.Depois da visita às dunas e do por-do-sol maravilhoso no Parque Estadual do Jalapão, ainda tivemos que desatolar dois veículos do grupo que ficaram presos no infindável areião dentro do Parque, que exigia muita perícia e habilidade na direção 4×4.
Tudo resolvido depois à beira da piscina da pousada com cerveja, tira gosto e um bom papo, além das risadas e piadas infindáveis. Não faltou também mesa de buteco para jogar conversa fora, com churrasquinho e tudo mais…Hora de continuar viagem, completando a volta pela região do Jalapão, em direção norte e depois oeste, passando por São Félix, pelo fervedouro do Alecrim, pelo bar de deliciosas quitandas da Da Rô, até Novo Acordo para depois chegarmos a Palmas, capital do Tocantins, a capital planejada mais nova do Brasil.
Quase lá chegando, outra baixa no grupo: quebra do semi-eixo traseiro do jeep Wrangler, “Abutre Vermelho”, sem maiores consequências devido à baixa velocidade nas infindáveis estradas empoeiradas de terra do cerrado. Agora acreditamos, realmente, nos adesivos que
vimos por muitos lugares: “ O Jalapão é bruto” , avisava !
Novamente, as devidas providências foram tomadas e o grupo prosseguiu até o destino final, Palmas, para o jantar de despedida. Viajar em grupo, em viagens de aventura, dá muita segurança aos participantes, pois temos condições de, junto com o apoio, a boa vontade e a
compreensão de todos, resolvermos os problemas a que sempre estamos sujeitos.Para encerrar, deixo aqui meus agradecimentos aos maravilhosos e destemidos amigos e companheiros participantes de mais esta aventura em 4×4 pelo interior do nosso Brasil,
citando Dostoiéviski, em “Os Irmãos Karamazov”:
Somos assim: sonhamos o voo, mas tememos a altura. para voar é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. porque é só no vazio que o voo acontece. o vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. por isso, trocamos o voo por gaiolas. as gaiolas são o lugar onde as certezas acontecem.”
Viajar UAIVENTURA sempre !