Entramos na Argentina por Foz do Iguaçu para passar o ano novo na praça central de Cafayate, degustando a culinária do vale Calchaquí, terra do excelente branco, leve e frutado vinho Torrontés, especialidade local. Conhecemos, pelo caminho, a tranquila Tafi del Valle e seus arredores, com visita a fazenda de produção de queijos com tradição espanhola, desde 1779, onde conhecemos todo o processo de fabricação. Deliciosa comilança de vários tipos de queijos com direito a cafezinho e lanche para acompanhar. Acomodados em confortável pousada em Cafayate realizamos visitação às melhores vinícolas e compras de vinhos, conhecemos a Quebrada do Rio de Conchas, com suas estranhas e deslumbrantes formações rochosas até o vilarejo de Alemania. Nesta paisagem multicolorida e de visual incrível, tivemos tempo de conhecer a geologia do terreno, sua formação, suas reentrâncias e curiosidades, como “o sapo”, “ o obelisco”, “a catedral”, “a garganta do diabo”, …
Descansados e cheios de expectativas, iniciamos a subida a San Antônio de Los Cobres, passando pelo antigo traçado da famosa Ruta Nacional 40, onde descobrimos Cachi, com empanadas deliciosas.
Entramos agora ao Chile pelo isolado e agreste Paso Sico. Deslumbrantes paisagens se descortinaram, mostrando lagoas, salares, montanha coloridas, poeira e deserto, com sua fauna de camelídeos e flora característica.
Apesar do verão caloroso, o vento e o frio se faziam presentes, além do sol implacável. Os veículos e os curiosos expedicionários comportaram-se muito bem e se deliciavam com novas descobertas a cada curva.
Chegamos agora a San Pedro, cidade de 5.000 habitantes, a 2.500m de altitude e sede da região do deserto mais árido do mundo e do segundo salar, em extensão, das Américas, o Atacama.
Durante o dia, San Pedro fica quase vazio, pois os viajantes de todo mundo vão em busca de suas atrações ao entorno. O pequeno vilarejo se movimenta ao fim do dia e à noite com o burburinho das pessoas que chegam dos vários passeios e excursões e correm em busca do jantar mais adequado ao seu paladar e ao seu bolso, para conversar e trocar figurinhas sobre o atarefado dia, além de matar aquele que os matava: a fome.
Passeando pelas ruelas em tons de terra de San Pedro, na Caracoles os viajantes se encontram a procura de novas emoções nos bares, restaurantes, pizzarias, cervejarias e etc e tal. E tudo recomeça no dia seguinte, num incessante vai e vem de curiosas figuras alienígenas em busca de mais e novas aventuras.
Por lá ficamos 6 dias inteiros, percorrendo todas as atrações de destaque, como os geigers de El Tatio, as lagoas de altitude Miscanti e Miñisques, o salar de Atacama, o Pucará de Quitor, o Vale da Morte e o Vale da Lua com por do sol na Duna Grande, as Minas de Sal, o povoado de Socaire com sua singular igrejinha, as Termas de Puritama, a maior mina de cobre a céu aberto do mundo, Chuquicamata, na cidade de Calama. Esta visitação foi destaque na expedição, devido a grandiosidade e a história da mina, onde podemos aprender sobre o processo de mineração, extração e produção do cobre, além de conhecer os caminhões de 10 milhões de dólares que transportam 330 toneladas de minério, possuem pneus de 4 metros de diâmetro a um preço cada um de 40.000 US$ e que duram somente 6 meses. Fantástico e randioso. O complexo de Chuquicamata é a maior riqueza do Chile e orgulho da nação. Que beleza de organização, educação, preservação e cultura ! Começamos a retornar ao Brasil pelo Paso Jama, subindo a 4.850m e entrando agora de novo na Argentina através das lindas paisagens e brincadeiras nas Salinas Grandes, Purmamarca e pelo caminho até Salta, onde degustamos queijo de cabra e um “quesillos” tipo mussarela, fino, em lâminas, produção artesanal local.
Continuando a viagem de volta, descansamos e curtimos “La Linda”, a cidade de Salta, capital da província por 2 dias, onde percorremos seus principais pontos de interesse turístico e curiosodades. O ponto alto foram os restaurantes: um típico jantar saltenho com peña folclórica (conjunto musical tradicional) em agradável local quase ao ar livre. E dá-lhe o menu típico: boa carne, vinho nacional, cerveja “Salta Negra”, empanadas e músicos apaixonados pelo que tocam e cantam.
Chegamos novamente a Foz do Iguaçu, depois de mais uma excelente e tranquila viagem de 19 dias e quase 7.000 km rodados, cujo único “imprevisto” foi um pneu furado na desafiadora Ruta 40, sem maiores consequências. Coisas de expedição. Até a próxima, querendo Deus. Agradecemos mais uma vez a agradável companhia do maravilhoso grupo de expedicionários, esperando encontrá-los em outra oprtunidade.
Expedição 4×4 ao deserto do ATACAMA – Chile – janeiro 2015
Entramos na Argentina por Foz do Iguaçu para passar o ano novo na praça central de Cafayate, degustando a culinária do vale Calchaquí, terra do